.
Imagem: muraldecristal.blogspot.com |
Olho
muito fundo
O olho do poema.
A
letra escrita e alterada,
Assim
como casa pode ser asa.
Olho
muito fundo
O
olho do autor
Ator
leitor
Do
grande espetáculo.
A
letra de Dante
Visita
o inferno.
A
letra vistosa de Baudelaire
Quando
vê uma passante,
Sua
alma gêmea.
Mas
que não reencontrada,
A
não ser na eternidade.
Uma
passante,
Uma
letra
Plena
de brilhos
E
purpurinas.
A
letra de Dom Quixote,
Sonhador
inveterado
Á
procura de um falso Graal.
Olho
bem fundo
O
olho do anjo
Gordo
e sorridente
De
Aleijadinho.
O
anjo perfeito,
Mas
inapto,
Entre
o sublime do céu
E
a fortuna da terra.
Letra
de pedra sabão
Espumando
de vida
Que
engrandece e cura
O
escultor doente.
Olho
bem fundo
A
palavra e o verso
Em
versos reversos
Que
sonhamos.
Olho
finalmente bem fundo
Os
versos de Ana Cristina,
Enrola
minha língua,
Os
sentidos se expessam,
Porém
com elegância.
Os
versos de Ana C
São
os mesmos de Dante:
Gatografia
prismática
De
uma escritora sutil
Entrando
no paraíso.
Olho
bem fundo o poema
De
Ana Cristina Cesar,
Mas
acho o oco do bloco
Escrito
à pena.
Olho
bem fundo
O
olho do poema
De
Ana Cristina Cesar
Mas
mergulho em superfícies
Que
me tolhem a cabeça.
O
que acho?
Só
o infinito fundo sem fundo.
Não
sou Gil
Que
a lê por inteiro;
Nem
Mary
Que
procura sentido.
Somente
vejo sob a maquilage
A
Gata de Olhos Pardos,
Aprontando-se
no camarim.
Olho
fundamente
O
olho da atriz
Que
se dandiza
Nas
cartas
Escritas
de Paris.
Ana
Cristina
É
a minha neblina,
Lançando
as luvas
E
não entregando as chaves.
Seus
olhos de crayon
Analisam
os meus
E
me chamam hipócrita,
Crack,
vertiginosa.
O
olho de Ana C
Me
vê pela fechadura
Enquanto
veste os seus brilhos
Para
exibir o poema.
A
carta de Paris
É
uma missiva
Que
transforma em pó
Quem
olha para trás de Eurídice
Mais
uma das suas meninas sérias.
0 comentários:
Postar um comentário