Imagem: estrelabinaria.com |
Atravessando a Avenida
pousa-me no braço
uma joaninha.
Uma joaninha
pousa em meu braço
e vai subindo.
Sem modo, a afasto
mas ela volta
batendo as asinhas.
Procuro uma flor
mesmo que seja
do asfalto.
Não a encontro.
Procuro um jardim
nesse meio-dia
de sinal fechado.
O semáforo esverdece.
Minha inquilina
talvez confundindo-o
com folhas de agosto
resolve partir.
Parte para onde?
Preciso ser rápida
nesta travessia.
Todo o circuito
é pura malícia.
Lá se foi a joaninha
e também lá vou eu
sabendo que o destino
coloca-se à frente.
Sigo piscando
para o outro lado.
Alcançarei o passeio?
Melhor não pensar
onde vamos chegar.
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