A MENINA QUE CAIU DO PÉ DE GOIABA

  

VALE DO RIO AMARGO


O Brasil afunda cada vez mais nas lamas
da insensatez
da ganância desmedida
da impunidade dos poderosos
da irresponsabilidade ambiental
da sede raivosa por lucro fácil
do desprezo para com vidas humanas.
Que os contêineres nos navios, junto com minérios, também estejam abarrotados de indignação e marcados de vermelho, sim, de vermelho do sangue de um povo sofrido, que vê a riqueza da pátria ser usurpada para atender à ganância de uns poucos.

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Imagem: You Tube
Tudo o que acontece em nossas vidas fica como que adormecido em nosso subconsciente, até que um fato venha despertar uma ou outra lembrança.
Nesses dias atuais acontecem coisas que me trazem lembranças de uma moça que conheci nos tempos de juventude.
Ela se chamava Damares e se interessava por mim. Tinha vindo do Nordeste, conhecia pouca gente na capital mineira. Entre os conhecidos estava eu, eu que não tinha nenhuma “misoginia” contra migrantes nordestinos, muito menos contra pernambucanos. Pelo contrário, gostava do sotaque, do bom humor e do jeito de ser daquela gente. E tinha um carinho especial com a Damares. Mas tinha eu também um defeito sério, segundo o amigo Ivani Cunha (que dizia também dele compartilhar): o de “engravidar” as moças pelo ouvido. Era só ouvir a gente, que ficavam prenhes. De palavras, porque fisicamente não encostávamos sequer um dedo em nenhuma delas. Quando desconfiavam de que tudo ia ficar tão somente em palavras, não mais do que palavras, de que “daquele mato não ia sair coelho”, acabavam desistindo.
Damares, no entanto, era persistente: achava que, usando de algumas iscas, podia, sim, tirar um coelho do mato, ou da cartola. Uma das iscas foi me presentear com o disco compacto de certo cantor famoso na época, Paulo Sérgio. A música se chamava “Última Canção”: “Esta é a última canção que eu faço pra você. Já cansei de viver iludido só pensando em você...”
Certo dia, foi ela me visitar, certa de que eu já estava conquistado. Quando chegou à casa onde eu morava, teve uma surpresa: estava cheia de outras moças “grávidas”.
Transtornada, pediu que eu fosse até a porta da sala e levasse o disco que me presenteara. Arrancando-o (o português formal tem dessas coisas, preferia dizer “arrancando ele”) de minhas mãos, o jogou ao chão com raiva, talvez esperando que se espatifasse todo. No entanto, ele rolou pelo piso da área, sem sofrer nenhuma avaria. Damares, ainda mais transtornada, saltou sobre ele e o pisoteou até não mais aguentar. (Disse que ela era pernambucana? Estava parecendo mais paraibana...)
Assim, acaba minha lembrança de Damares.
Por esses dias, tudo isso que contei me veio à cabeça, quando tomei conhecimento de outra Damares, a ministra e pastora Damares Alves. Então, fiquei sabendo de notícias que recusei levar a sério, tendo na conta de intriga da oposição. A doce lembrança da primeira Damares me fazia ver essa outra em tom cor de rosa. E não adiantou saber como ela pegou o cargo de ministra numa manobra nebulosa junto a seu chefe, um senador. Releguei também aquela história de ter se encontrado com Jesus nos galhos de um pé de goiaba (quem conhece, sabe: é praticamente impossível subir num pé de goiaba, mesmo uma criança, por causa dos galhos finos).
Agora ela está vindo com a conversa de que meninas devem se vestir de rosa, enquanto que os meninos, mesmo não sendo cruzeirenses, devem se vestir de azul.
Enfim, acho essa Damares muito estranha, está falando demais, não sabe ser discreta. Meu medo é que sua língua solta esteja sendo usada para encobrir outras coisas, outros assuntos que precisam passar despercebidos.
Sei não. Acho bom fazer mais uma regressão, usando os préstimos da sobrinha Dri.
Resolvendo os problemas do passado, isto é, obtendo o perdão da antiga Damares, quem sabe possa volta para o presente com os olhos bem abertos, para entender o que a atual anda aprontando.
Etelvaldo Vieira de Melo













5 comentários:

Fátima Fonseca disse...

Kkkkk...
Cuidado nem toda flor pode se cheirar.

Adriana disse...

Que privilégio ser de novo lembranda como um ponto de apoio...

Anônimo disse...

Realmente, quanto VALE uma vida VALE?
Marcia Costa

Anônimo disse...

Kkkk_kkk. Tu e as Damares.

Anônimo disse...

Kkkk_kkk. Tu e as Damares.

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