Passarim
amarelo pousa sobre o muro.
Dona
Lourdes me chama:
- Posso
prender o fugitivo? Toda manhã, ele come pão nesta janela.
Recolho nas
mãos em concha o sabiá. Há uma placa azul em sua perna.
- Vou ligar
para o IBAMA.
Ninguém
atende. Bip. Bip. Bip.
Fica triste
sem gaiola, mas acha uma caixa de sapatos.
- Me dá
esse Uno?
- Depois da
arrumação, a senhora leva o curió.
- Oba!
Furei a caixa e pronto. Obrigada, patroa.
Semana
passa passa passará.
- Olhe,
senhora. Está cantando lá em casa que é uma beleza!
- Dona
Lourdes, meu filho quer o seu coleira de
volta.
Mágoa, dor,
frustração.
- Certo,
certo, dona Rosa. Muito bem.
Só que
agora vendo ele pra ele barato: 1300 reais.
Graça Rios
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