DUPLICATA

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Dileto leitor.           
O que eles querem de você é coragem. Travessia. Como falar sobre algo além das fráguas /águas/mágoas/ que dão à sua vida o ar da graça? Há um labirinto, ali, dentro/fora do contexto: imagens, sensibilidade, humour. Entretanto, é bastante difícil encontrar ainda Teseu ou Ariadne dispostos a lhe dar algum fio condutor.
Ouça: Você é trezentos ou trezentos-e-cinquenta personagens na lida cotidiana. Ironia fabular! Não caia na armadilha do herói Odisseu, quando encontra Polifemo e lhe informa seu nome etimológico:
- Poi Zé, Liliu! Sou NINGUÉM.
O receptor da sua obra existencial também é Ninguém. Cada pessoa há de devolver-lhe o livro de histórias sofridas
- ... porque NINGUÉM irá lê-lo, sujeito.
Desculpe-me pelas analogias, ao elencar isso tudo. Acontece que seu ego-Ícaro queimará asas projetando-o no Vasto Mar de Sargaços de Jean Rhys. Quem sabe - confuso cismará -, fiz um xixizim de gato nesses anos hesternos, pensando ter derramado o Rio Amazonas? Por que redigi esse baita livrão inútels de experiências vãs?
Console-se lendo Proust, que no comecinho da Recherche, ao mergulhar no chá um tico da Madeleine, já produz(IRA) sessenta folhas A498989898... na maquininha. Compôs sete volumes somando quatro! mil! páginas! que não até hoje não se apresentam pra lábia de leitor simples e trivial. O voluntário solitário francês nunca esteve nem aí pra NINGUÉM, fosse Cinefantasy, D&D, Beholder, tipo pequeno, médio ou grande porte. O nigucim do Grand Écrivain eram os cinco sentidos da paixão literária abraS(ç)ando-lhe a cama dia e noite por quatorze anos. Ali, era tal e qual OdisSEU (ou dele ou nosso).
Quem somos – é? -  a triste figura frente àquele colossal alteroso monumental genial Minotauro europeu? Com certeza, você pensará: (Então), Não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada? Lógico que pode. À parte isso, tenha em si todos os sonhos do mundo. (Siga) com o Destino (de escriba) a conduzir a carroça de tudo pela estrada do nada. (Assim, pretenda elaborar) a essência musical de todos os tolos versos.  Real/fictício, sonhe acordado, isso sim, tocando o melhor instrumento, representando-se outro no papel, estudando até... ................................................  a última linha do horizonte.                       
Continue muito bravo, leitor. Ralhe! Seja nada sabendo que transporta gens de grandeza. Se quiser, ria-se doutor da sua rósea bobajada.
- Sou mesmo besta, hein, Carlinhos?!
Devolva ao Editor o que realmente presta de jeito maneira. Permaneça quinze epitáfios marcelando em cova discursiva.
Se não... estremeça e berre: Eu que não tenho certeza, sou mais certo ou menos certo? Afinal, todo mundo pensa que é F. Pessoa, e no fundo é um fingidor. Pois EU sou ele e miríades d’Ele.
Graça Rios

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