A Charles Baudelaire
Penso
em ti, veloce rio Doce,
e
mergulho em tua sina.
Antes,
alva Garça,
roçavam
tuas gráceis águas
estas
asas.
Hoje,
ovos voos meus se vão.
Vão-se
ribeirinhos mães-d’água relíquias bentinhos deuses cultos,
in
memoriam.
(Penso
em ti,
ao
pensar minhas penas de fértil saudade.(
Extintos,
brotarão ainda
pássaros
peixes salamandras sapos macacos matas moluscos tamanduás
tartarugas
tatus
?
Tento
escapar pelo céu irônico, cruelmente cinza,
à Hidra destrutora.
Senão,
ave
turva
viúva
vaga
nave
entrave,
hei sido sou serei
- sem viva luta -
luto vil, abjeto dejeto,
no covil do poluidor.
Graça Rios
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