Em palestra algum tempo atrás, o
jornalista A*** levantou a hipótese das populações do Brasil e do Japão serem
trocadas. – E o que aconteceria? – ele meio que perguntou.
- Lá, eu não quero pensar... Agora,
alguém teria alguma dúvida de que os japoneses transformariam isso aqui em 1ª
potência do mundo em 10 anos?
Tomei conhecimento dessa impoluta
figura lá pelo ano de 1980, quando ele era assessor de imprensa do general F***,
então último presidente da república da Ditadura Militar de 1964. General F***
ficou famoso por ter proferido uma frase enigmática. Ele meio que disse o
seguinte:
- Prefiro cheiro de cavalo a cheiro de
gente.
Eu, se frequentasse seu círculo de
relações, iria questionar o tipo de desodorante que estava usando, levantando
discretamente o braço para dar uma cheirada. De qualquer modo, é preciso
considerar que ele poderia ter razão na sua assertiva, uma vez que não vi
nenhuma pessoa próxima reclamar, fazendo valer aquela máxima de que, quem cala,
consente.
Depois de assessorar o general, sem
reclamar de ser tachado de fedorento, A*** foi trabalhar como repórter na
emissora de TV G***. Tenho vívida na memória a imagem dele correndo esbaforido
atrás do presidente de então. F*** de Mello (não é meu parente) havia sido
eleito justamente graças ao marketing promovido pela Rede G***, que propagou a sua imagem de “caçador de marajás”. Na
véspera do pleito, a emissora fez uma edição caprichada no seu jornal nacional sobre
o oponente, liquidando de vez sua pretensão de ganhar alguma coisa. Se você já
está na casa dos “enta”, deve estar lembrado também do plano econômico
inventado então, que confiscou a poupança de muitos investidores e levou alguns
a cometerem suicídio. O jornalista A*** corria esbaforido atrás do F*** porque
este dava suas coletivas de imprensa fazendo “cooper”, não era do tipo dessas
lives que o atual “regridente” adora fazer.
Refletindo sobre a fala do jornalista,
exposta lá no início do texto, podemos meio que inferir as seguintes
afirmações, escondidas nas sublinhas das entrelinhas das linhas:
- O Brasil é um país riquíssimo e
generoso em recursos naturais, enquanto o Japão apresenta uma natureza pobre e
hostil. A diferença entre um e outro é o povo. O japonês é responsável,
educado, honesto, trabalhador, compenetrado, inteligente, cuidadoso, esforçado,
íntegro. Já o brasileiro é em geral um irresponsável, mal educado, desonesto,
preguiçoso, dispersivo, desmazelado, de inteligência curta e falso. Só mesmo a
soma de tanta incompetência foi capaz de impedir o Brasil de se tornar um país
de primeiro mundo.
- Durante alguns anos, fui assessor de
imprensa de um general presidente da República, num período chamado
erroneamente de ditadura militar. Sua frase mais famosa foi: “Prefiro cheiro de
cavalo a cheiro de gente”. Evidente que se referia a cheiro de gente
brasileira, que para ele fedia, no que eu concordo, tanto no seu sentido real
como no figurado.
- Depois, fui trabalhar como repórter
numa famosa emissora de TV. Talvez você se lembre de me ver correndo esbaforido
atrás do presidente da República de então, e que era metido a atleta. Aquelas
corridas me proporcionaram um bom preparo físico, coisa que ostento até hoje e
me permite considerar essa tal de covid-19 uma gripezinha, como tão bem fala o
atual ocupante do palácio do Planalto, a quem amo de montão.
- Pra mim, eu meio que acho a democracia
uma coisa difícil de engolir e tolerar. Eu pergunto: como deixar na mão do povo incompetente,
estúpido, o poder de decidir a escolha de seus governantes? Ele precisa de
ajudado, ser dirigido, para que não cometa “burrices” como acabou acontecendo
nos últimos anos, o país sendo governado por gente vinda da ralé. Um absurdo,
veja se pode.
- Além de ignorante, estúpido, o povo
também é ingênuo, de boa-fé, corre o risco permanente de ser seduzido por
“cantos de sereias”, falando de igualdade e justiça social. Nos bons tempos da
ditadura, chamávamos os que pensavam assim de subversivos, comunistas. Hoje,
para combater esses esquerdopatas, levantamos a bandeira do combate à “corrupção”,
da defesa da família e dos bons costumes, do combate à ideologia de gênero (que
não sei bem o que é), da religião e de Deus acima de tudo, termos altamente
sedutores.
- Falando da corrupção, vejo que todo
mundo enche a boca para falar dela. Mas o que “corrupção” realmente significa?
Os dicionários dizem: corrupção significa modificação, deterioração,
decomposição física de algo, adulteração das características originais de algo.
Então, veja bem, o que fez a Operação Lava Jato, com seu juiz e seus
procuradores, foi justamente “combater a corrupção”, isto é, resgatar as
características originais do país, fazendo ele voltar para as mãos da elite,
das oligarquias, dos latifúndios, e dos donos do capital. Na ótica da Lava
Jato, e que eu compartilho, combater a corrupção foi destituir a presidente,
mesmo sob a alegação fajuta de umas tais “pedaladas fiscais”, e botar atrás das
grades aquele que poderia ser uma ameaça de poder.
- Você pode me perguntar: - Por que
outros corruptos foram preservados? E eu respondo: - Porque eles simplesmente
não são corruptos no sentido estrito do termo; podem ser lapinantes, ladravazes (como o
vice-presidente M***, com sua mala abarrotada de dinheiro, e o ex-governador e
senador J***, com seus milhões de dólares na Suíça), mas são representantes da
elite. Sendo assim, não podem receber a pecha de corruptos; não podem ser
presos (o ex-presidente da Câmara E***, ao ser cassado e preso, foi uma exceção
da regra, uma espécie de moeda de troca, o que chamamos de “boi para piranha”).
- Finalizando, preciso considerar que
estava sufocante viver no Brasil anos atrás. Como bem disse nosso ministro da
Economia P***, incomodava o fato de até as empregadas domésticas voarem para
Disneylândia, numa festa danada! Isso é que era corrupção! Afinal, um dos
prazeres do Capitalismo é você ter sem que o outro também tenha. Se você pensa
que isso é demofobia, não estou nem aí.
O vídeo da palestra foi compartilhado
pelo “regridente” da República que está aí. Desta vez, sem fazer troça do
“pintinho” do japonês (“pequenininho assim, ó!”), ele disse que não tem dúvida,
elogiando os nipônicos e concordando com a tese implícita de que o brasileiro é
atrasado e incompetente (o jornalista havia destacado as condições naturais
hostis do arquipélago do Japão, em contraponto à exuberância dos recursos
naturais do Brasil). O regridente não se deu conta de que concordar com a tese
do jornalista era “dar um tiro no seu próprio pé” (no sentido figurado), um
desabono para com sua própria pessoa, já que ele foi eleito por uma parcela
significativa da população. Em outras palavras, ele não se dá conta de que foi
eleito justamente porque a população brasileira é ignorante.
Este texto foi produzido meio para
registar minha profunda indignação, como brasileiro, com as falas desse
determinado jornalista e do “regridente” da República que está aí. Eu me
pergunto o que eles fizeram de bom em benefício do país, além de destilar
veneno e menosprezar o povo, ser um político ridículo por mais de 30 anos e só
sabendo proferir palavrão. Estou até
pensando em mover uma ação na Justiça, requerendo indenização por danos morais.
Meu receio é que o juiz do processo acabe me identificando como membro da ralé,
fixando o valor indenizatório em R$1,00. Aí, eu meio que vou ficar chateado de
vez.
Etelvaldo Vieira de Melo
1 comentários:
Esse é um assunto delicado, pois, infelizmente, o povo não sabe votar. Isso tem relação com a falta de ducação formal do povo.
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