É mês de setembro.
Vamos
setembrar.
Setembro
das flores
Nascendo
da carnadura rude
Do
asfalto.
Flores
que o poeta
Chamou
de feias,
Mas
nós vamos
Chamá-las
belas.
Imagem: mosaicos-cida.blogspot.com |
À
prova de balas,
Sua
beleza está nas praças,
Mesmo
sabendo que as praças
Estão
vendidas a custo
Das
montanhas
Que
hoje são superfícies
De
cartões postais
Para
os bairros nobres
De
Belo Horizonte.
Contudo,
Apesar
de em nossa terra
Belorizontina
Não
cantarem os sabiás,
Apesar
da fumaça
Setembro
sempre chega
Havemos
de setembrar.
Reunidos
nas avenidas,
Também
somos ipês
Que
florem amarelos, roxos, rosas
Em
manifestação.
Contra
jardineiros infiéis
Que
só veem as urnas,
E
o dinheiro advindo
Das
urnas,
Os
malfeitores deputados
Os
malfeitores dirigentes
Em
setembro eles hão de ver
O
povo setembrar.
Apesar
da falta
De
Independência,
Da
falta de carinho
De
carisma, de líderes,
Os
seus filhos
(Ah,
essa falta!)
Em
Belo Horizonte
As
crianças, os homens,
As
mulheres, os velhos
Estão
se setembrando
À
espera da primavera.
É
mês de setembro.
É
mês de primavera.
Vamos
soltar o grito,
Vamos
comemorar.
Que
todo o país seja livre
Para
ao menos
Poder
setembrar.
2 comentários:
Um poema setembrino nos transforma em ipês fincados em fértil sono belorizontino para termos saudade dos filhos, para nos revoltarmos com as balas, com as bulas (que mal lemos pelos nossos olhos cansados), pelos chulos políticos, enquanto chalreia o populacho. Graça já é um poema.
Cleber.
Você é que é um escritor de primeira linha. Por falar nisso, estou com saudade.
Abraço da Graça Rios
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